TATUAGENS: O CONCEITO DA BÍBLIA.
Não façam cortes no corpo por causa dos mortos, nem tatuagens em si mesmos. Lev 19:28. Trad. NVI.
Entre alguns pagãos, marcas de fogo de diversos desenhos eram queimadas ou gravadas na carne de escravos como sinal de terem dono. Jeová predisse que as altivas mulheres de Judá, como escravas de conquistadores estrangeiros, passariam a ter uma “marca de fogo [hebr.: ki] em vez de lindeza”. — Is 3:24.
Os idólatras, ocasionalmente, mandavam o nome, o emblema ou a imagem de seu ídolo ser reproduzido neles, para exibirem que eram devotados a este deus.
A desfiguração deliberada da carne era proibida sob a Lei mosaica. (Le 19:28)
Sob a Lei, a única marca posta num escravo era furar a orelha de alguém que voluntariamente pedisse ser escravo do seu amo “por tempo indefinido”. — De 15:16, 17.
Paulo escreveu aos gálatas: “Estou levando no meu corpo as marcas [gr.: stíg·ma·ta] dum escravo de Jesus.” (Gál 6:17)
Muitos foram os maus-tratos infligidos ao corpo físico de Paulo por causa do seu serviço cristão, alguns dos quais, sem dúvida, o deixaram com cicatrizes, atestando a autenticidade da sua afirmação de ser escravo fiel pertencente a Jesus Cristo. (2Co 11:23-27) Estas coisas talvez fossem as marcas a que se referiu.
Ou talvez se referisse à vida que levava como cristão, demonstrando os frutos do espírito e executando a obra do seu ministério cristão.
MARCA
Entre os não-israelitas, animais e até mesmo escravos eram marcados como indicação de terem dono. No caso dos humanos, essas marcas de propriedade eram colocadas numa parte visível do corpo, tal como a testa.
Adoradores de deuses falsos às vezes identificavam-se com a marca da sua deidade na testa. Todavia, a lei de Jeová proibia a Israel a desfiguração de humanos com tatuagens.
Isto se contrapunha a práticas idólatras e ensinava o devido respeito pela criação de Deus. — Le 19:28;
USO FIGURADO.
As Escrituras aludem a marcas feitas em humanos e se referem a estas em sentido figurado.
Na visão de Ezequiel, um homem com um tinteiro de secretário foi comissionado a percorrer Jerusalém e a ‘marcar com um sinal [hebr.: taw] as testas dos que suspiravam e gemiam por causa de todas as coisas detestáveis que se faziam no meio dela’.
Esta ação da parte deles demonstrava que eram pessoas justas, servos de Jeová, e, portanto, merecedores de serem preservados na época da execução do julgamento por Jeová.
A marca figurativa na testa deles atestava isso. — Ez 9; compare isso com Ez 9:4 n; 2Pe 2:6-8.
Por outro lado, na visão de João, os que receberam a marca (ou: gravura, talho) da fera na testa ou na mão estavam destinados à destruição.
A marca na testa identificava-os publicamente como adoradores da fera, e, portanto, como escravos dela.
Eram assim identificados como opositores de Deus, porque a fera recebera sua autoridade do dragão, Satanás, o Diabo. A marca na mão, logicamente, significaria apoio ativo dado à fera, visto que a mão é usada para trabalhar. — Re 13:1, 2, 16-18; 14:9, 10; 16:1, 2; 20:4.
FORMAS DE IDOLATRIA.
Os atos de idolatria mencionados na Bíblia incluíam práticas revoltantes tais como a prostituição cerimonial, o sacrifício de crianças, a bebedice e a autoflagelação, a ponto de sangrar. (1Rs 14:24; 18:28; Je 19:3-5; Os 4:13, 14; Am 2:8)
Veneravam-se os ídolos por partilhar com eles a comida e a bebida em festividades ou cerimônias em sua honra (Êx 32:6; 1Co 8:10), por curvar-se e oferecer sacrifícios a eles, por meio de cânticos e danças diante de tais, e até mesmo por beijá-los. (Êx 32:8, 18, 19; 1Rs 19:18; Os 13:2)
Praticava-se também idolatria por preparar uma mesa com alimentos e bebidas para os deuses falsos (Is 65:11), por fazer ofertas de bebidas, de bolos sacrificiais e de fumaça sacrificial (Je 7:18; 44:17) e por chorar em cerimônia religiosa (Ez 8:14).
Certas medidas, tais como fazer tatuagens, cortes na carne, impor a calvície na testa, cortar as madeixas laterais e destruir a extremidade da barba, eram proibidas pela Lei, possivelmente, pelo menos em parte, por estarem ligadas a práticas idólatras prevalecentes entre os povos vizinhos. — Le 19:26-28; De 14:1.
CONCLUSÃO
Alguns fazem uma tatuagem para afirmar sua identidade ou independência, e outros para mostrar que fazem o que bem entendem com seu corpo.
No entanto, a Bíblia incentiva os cristãos: ‘Apresente o seu corpo como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, um serviço sagrado com a sua faculdade de raciocínio.’ (Romanos 12:1)
Use sua “faculdade de raciocínio” para descobrir por que você quer fazer uma tatuagem.
Se for para seguir uma moda ou mostrar que faz parte de certo grupo, lembre-se de que as tatuagens são permanentes, e você poderá se arrepender depois. Examinar sua motivação poderá ajudar você a tomar uma boa decisão. Provérbios 4:7.
“Todo precipitado seguramente se encaminha para a carência.” (Provérbios 21:5)
A decisão de fazer uma tatuagem costuma ser tomada de modo precipitado, mas ela pode afetar a vida da pessoa por muito tempo em assuntos como relacionamentos e emprego.
Além disso, remover tatuagens pode ser caro e doloroso. As pesquisas — e o crescente número de clínicas de remoção de tatuagens — mostram que muitas pessoas que fizeram tatuagens acabam se arrependendo mais tarde.