EVANGÉLICOS: SUAS CRENÇAS
CRENÇAS EVANGÉLICAS
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CRENCAS DOS MÓRMONS
O mormonismo: restauração de todas as coisas?
O TEMPLO mórmon de Salt Lake City, Utah, é, para os Santos dos Últimos Dias, um símbolo de sua fé do qual muito se orgulham. Diligência, valores familiares e auto-suficiência financeira são lemas do mormonismo. Os missionários mórmons, com crachás, são uma vista comum ao redor do globo.
A igreja de Joseph Smith hoje
Os mórmons acreditam que sua religião é a restauração da verdadeira igreja, com seu sacerdócio e suas ordenanças. Daí o seu nome oficial: Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
O mormonismo tem ganhado aceitação graças a seu programa social, estabelecido para que “a maldição da ociosidade fosse eliminada”. É financiado pelos adeptos da localidade, que renunciam a duas refeições por mês e doam o valor delas à igreja. Além disso, exige-se que os fiéis paguem o dízimo. A família e os amigos suprem os fundos para sustentar os missionários mórmons, em geral jovens que dedicam cerca de dois anos ao serviço.
Abnegação, famílias unidas e responsabilidade cívica são características da vida dos mórmons. Mas quais são as suas crenças?
Os mórmons e a Bíblia
“Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução”, declara o artigo oitavo das Regras de Fé do mormonismo. Mas acrescenta: “Cremos também ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus.” Muitos se perguntam, porém, que necessidade há de outras Escrituras?
O elder Bruce R. McConkie afirmou: “Não há ninguém na Terra que tenha a Bíblia em tão alta conta quanto os [mórmons]. . . . Mas nós não cremos que . . . a Bíblia contenha todas as coisas necessárias para a salvação.” No panfleto Quem São os Mórmons?, o presidente Gordon B. Hinckley escreveu que as inúmeras seitas e religiões “prestam testemunho da insuficiência da Bíblia”.
Os escritores mórmons expressam dúvidas profundas sobre a veracidade da Bíblia por causa de alegadas supressões e erros de tradução. O apóstolo mórmon James E. Talmage, no livro Um Estudo das Regras de Fé, insta: “Leia-se, pois, a Bíblia reverentemente e com cuidado e oração, buscando o leitor a luz do Espírito para poder sempre distinguir entre a verdade e os erros dos homens.”
Orson Pratt, um dos primeiros apóstolos do mormonismo, foi ainda mais longe: “Quem garante que um versículo sequer da Bíblia inteira tenha escapado de deturpação?
“Como Deus é, o homem pode vir a ser”
“Embora não nos lembremos disso”, explica Lee, “nós existimos como espíritos na vida anterior”. De acordo com essa crença de progressividade eterna dos Santos dos Últimos Dias, pela obediência estrita o homem pode se tornar um deus — um criador como Deus. “O próprio Deus já foi como somos agora — ele é um homem exaltado, entronizado em céus distantes!”, declarou Joseph Smith. “Tereis de aprender como tornar-vos deuses vós mesmos, . . . da mesma forma como todos os deuses fizeram antes de vós.” Lorenzo Snow, profeta mórmon, disse: “Como o homem é, Deus já foi; como Deus é, o homem pode vir a ser.”
Será que esse futuro é apresentado nas páginas da Bíblia? A única oferta de divindade registrada nela foi a promessa sem fundamento de Satanás, o Diabo, no jardim do Éden. (Gênesis 3:5) A Bíblia revela que Deus criou Adão e Eva para viver na Terra e ordenou-lhes que gerassem uma família humana perfeita que viveria aqui em felicidade eterna. (Gênesis 1:28; 3:22; Salmo 37:29; Isaías 65:21-25) A desobediência proposital de Adão deu início ao pecado e à morte no mundo. — Romanos 5:12.
O Livro de Mórmon, pedra fundamental da fé
Joseph Smith exaltou O Livro de Mórmon como “o livro mais correto da terra e a pedra fundamental de nossa religião”. Uma coleção de placas de ouro seria alegadamente a fonte de seus escritos. Onze mórmons testificaram ter visto as placas. Após concluir a tradução do documento, porém, Smith disse que as placas foram levadas para o céu. Assim, não se acham à disposição para análise textual.
A Pérola de Grande Valor fala de um professor de nome Charles Anthon, a quem teria sido mostrada uma cópia de algumas das inscrições, e que ele as declarou autênticas, e a tradução, correta. Mas ao saber a origem das placas, o relato diz que ele retratou seu parecer. Essa história soa incoerente com a afirmação de Smith de que só ele tinha o dom de traduzir o idioma das placas, “o conhecimento do qual foi perdido pelo mundo”. Poderia o professor Anthon verificar a exatidão de um texto que ele não sabia ler e, portanto, não poderia traduzir?
O Livro de Mórmon cita extensivamente da versão King James da Bíblia, cujo inglês shakespeariano já era considerado arcaico nos dias de Joseph Smith. Incomoda alguns de seus leitores o fato de que O Livro de Mórmon, o “mais correto” dos livros, plagia pelo menos 27.000 palavras de uma versão da Bíblia que está, segundo ele dá a entender, repleta de erros e que Smith mais tarde empreendeu revisar. — Veja o quadro na página 24.
A comparação da primeira edição de O Livro de Mórmon com as edições atuais revela a muitos mórmons um fato surpreendente — que o livro supostamente “traduzido . . . pelo dom e poder de Deus” teve sua gramática, grafia e substância várias vezes alteradas.
Há, por exemplo, uma confusão patente sobre a identidade do “Pai Eterno”. Segundo a primeira edição de 1 Nefi 13:40, “o Cordeiro de Deus é o Pai Eterno”. Mas, edições posteriores dizem que “o Cordeiro de Deus é o Filho do Pai Eterno”. (O grifo é nosso.)
Os dois manuscritos originais de O Livro de Mórmon, escritos em 1830, ainda existem. Um deles, de posse da Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tem as palavras “o Filho” acrescentadas entre as linhas.
Quanto a Doutrina e Convênios, livro sagrado para os mórmons, o erudito dos Santos dos Últimos Dias, Lyndon W. Cook, explica no prefácio do livro The Revelations of the Prophet Joseph Smith: “Tendo em vista que algumas revelações foram revisadas pelas comissões incumbidas de organizá-las para publicação, nota-se que houve acréscimos e supressões textuais significativas.” Uma dessas alterações encontra-se em Livro de Mandamentos 4:2 que disse a respeito de Smith: “Ele tem o dom de traduzir o livro . . . Não lhe concederei nenhum outro dom.” Mas quando a revelação foi reimpressa no ano de 1835 em Doutrina e Convênios, ela passou a rezar: “Pois não te concederei nenhum outro dom, até que a tradução esteja completa.” — 5:4.
O Livro de Mórmon diz que se Adão e Eva — anteriormente espíritos — não tivessem pecado, não teriam tido filhos nem alegria e teriam permanecido sozinhos no Paraíso. Assim, sua versão do pecado do primeiro casal envolve relação sexual e gerar filhos. “Adão caiu, para que os homens existissem; e os homens existem, para que tenham alegria.” (2 Nefi 2:22, 23, 25)
Segundo os mórmons, os espíritos no céu aguardam uma oportunidade de viver na Terra pecaminosa — passo necessário rumo à perfeição e à divindade. Diz a revista Ensign, dos Santos dos Últimos Dias: “Olhamos para o que Adão e Eva fizeram com grande apreço em vez de com desdém.”
“Esta doutrina [a de que o homem existiu no domínio espiritual]”, diz Joseph Fielding Smith, sobrinho-neto de Joseph Smith, “na Bíblia é apenas discernida através de uma neblina ou névoa . . . porque muitas coisas claras e preciosas foram tiradas da Bíblia”. Ele declara ainda: “Essa crença baseia-se numa revelação dada à Igreja em 6 de maio de 1833.” Portanto, embora aceitem a inspiração da Bíblia, em caso de desacordo, a doutrina dos Santos dos Últimos Dias necessariamente confere maior peso às palavras de seus profetas.
Escritos sacros dos mórmons
ALÉM da Bíblia e de O Livro de Mórmon, os Santos dos Últimos Dias têm como inspirados diversos outros escritos.
Doutrina e Convênios: Basicamente uma coletânea do que Joseph Smith chamou de revelações de Deus. Estas foram ocasionalmente revisadas conforme os ditames dos desenvolvimentos históricos e doutrinais.
A Pérola de Grande Valor: Livro que contém revisões, feitas por Joseph Smith, do livro bíblico de Gênesis e do capítulo 24 de Mateus, além da biografia do próprio Smith. Traz também a tradução de Smith de um papiro que ele comprou em 1835. Ele asseverou que o papiro fora escrito pelo próprio Abraão e que contava como um anjo o salvara quando um sacerdote tentara sacrificá-lo num altar. O papiro foi reencontrado em 1967 e examinado por diversos egiptólogos.
Eles constataram, segundo certa reportagem, que “nem sequer uma palavra da alegada tradução de Joseph Smith guardava qualquer semelhança com o conteúdo deste documento”. Tratava-se do Livro das Expirações, um documento fúnebre egípcio que era sepultado junto com o morto. O manuscrito original de Smith mostra que ele usou 136 palavras diferentes, do inglês, ao traduzir o hieróglifo egípcio para “lago”.
Outras doutrinas “inspiradas”: Podem ser transmitidas pelo profeta vivo da igreja a qualquer hora e possuem peso igual ao da Bíblia Sagrada. O discurso em prol de King Follett, em 1844, é um exemplo. Smith proferiu esse sermão fúnebre a favor do elder King Follett, e nele explicou a doutrina do homem deificado e do Deus humanizado. Foi publicado no Journal of Discourses, uma coletânea dos discursos de Smith, Young e outras autoridades mórmons do século 19.
A família de deuses do mormonismo
Deus: Pai de todos os Deuses; possui corpo de carne e osso. — Doutrina e Convênios 130:22.
Elohim: Às vezes é mencionado como uma pessoa. Também é descrito como um conselho de Deuses que organizou a Terra. — Doutrina e Convênios 121:32; A Pérola de Grande Valor, Abraão 4:1; Journal of Discourses, Volume I, página 51.
Jesus: Deus e Criador de toda a Terra, o Salvador. — 3 Nefi 9:15; 11:14.
Jeová: Nome de Jesus no Velho Testamento. — Note Mórmon 3:22; Moroni 10:34; e referências do Livro de Mórmon.
Trindade: Ente Supremo, composto de três pessoas espirituais separadas, distintas: Pai e Filho, de carne e osso, e o Espírito Santo. — Alma 11:44; 3 Nefi 11:27.
Adão: Ajudante de Jesus na criação. Brigham Young declarou: “Nosso pai Adão entrou no jardim do Éden . . . e trouxe Eva, uma de suas esposas. . . . Ele é nosso Pai e nosso Deus.” (Journal of Discourses, Volume I, página 50, Edição de 1854) Depois de pecar, Adão tornou-se o primeiro cristão da Terra. (A Pérola de Grande Valor, Moisés 6:64-66; Ensign, janeiro de 1994, página 11) Ele é “o Ancião de Dias” (Doutrina e Convênios 116) e é o Pai literal, biológico, de Jesus. — Journal of Discourses, Volume I, página 51.
Miguel: Outro nome de Adão, o arcanjo. — Doutrina e Convênios 107:54.
A Bíblia e os escritos dos mórmons — contrastes evidentes
Bíblia: Embora sua localização exata seja desconhecida, o jardim do Éden provavelmente situava-se na região mesopotâmica, perto do rio Eufrates. — Gênesis 2:11-14.
Doutrina e Convênios: O jardim do Éden localizava-se no Condado de Jackson, Missouri, EUA. — Doutrina e Convênios 57, conforme explicado pelo presidente J. F. Smith.
Bíblia: A alma morre. — Ezequiel 18:4; Atos 3:23.
O Livro de Mórmon: “A alma nunca poderia morrer.” — Alma 42:9.
Bíblia: Jesus nasceu em Belém. — Mateus 2:1-6.
O Livro de Mórmon: Jesus nasceu em Jerusalém. — Alma 7:10.
Bíblia: Jesus foi gerado pelo espírito santo. — Mateus 1:20.
Journal of Discourses: Jesus não foi gerado pelo espírito santo. Foi gerado na carne, fruto de relação sexual de Adão com Maria. — Journal of Discourses, Volume I, páginas 50-1.
Bíblia: A Nova Jerusalém será no céu. — Apocalipse 21:2.
O Livro de Mórmon: A Nova Jerusalém é terrestre, será construída por homens em Missouri, EUA. — 3 Nefi 21:23, 24; Doutrina e Convênios 84:3, 4.
Bíblia: Os escritores da Bíblia foram inspirados a escrever os pensamentos de Deus. — 2 Pedro 1:20, 21.
O Livro de Mórmon: Diz que seus profetas escreveram de seu próprio conhecimento. — 1 Nefi 1:2, 3; Jacó 7:26.
Bíblia: A Lei mosaica, inclusive o dízimo, findou por ocasião da morte de Jesus. As contribuições devem ser dadas de livre e espontânea vontade, não sob compulsão. — 2 Coríntios 9:7; Gálatas 3:10-13, 24, 25; Efésios 2:15.
Doutrina e Convênios: “Na verdade este é . . . um dia para o dízimo do Meu povo; pois aquele que paga o seu dízimo não será queimado por ocasião da vinda [do Senhor].” — Doutrina e Convênios 64:23.