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ESPIRITISMO: SOBERANIA DE DEUS OU DO DIABO?

A SOBERANIA DE JEOVÁ
Jeová Deus é o Soberano do universo (“soberano do mundo”, Sal 47:9, Mo) por ele ser o Criador, por sua Divindade e sua supremacia como Todo-poderoso. (Gên 17:1; Êx 6:3; Re 16:14)
Ele é o Dono de tudo e a Fonte de toda autoridade e poder, o Governante Supremo em governo. (Sal 24:1; Is 40:21-23; Apoc. 4:11; 11:15)
O salmista cantou a respeito dele: “Jeová é que estabeleceu firmemente seu trono nos próprios céus; e seu próprio reinado tem mantido domínio sobre tudo.” (Sal 103:19; 145:13)

Os discípulos de Jesus oraram, dirigindo-se a Deus: “Soberano Senhor, tu és Aquele que fez o céu e a terra.” (At 4:24, NM; ALA) Para a nação de Israel, o próprio Deus constituía todos os três ramos de governo, o judicativo, o legislativo e o executivo.
O profeta Isaías disse: “Jeová é o nosso Juiz, Jeová é o nosso Legislador, Jeová é o nosso Rei; ele mesmo nos salvará.” (Is 33:22) Moisés, em Deuteronômio 10:17, fornece uma notável descrição de Deus como Soberano.

Jeová, na sua posição soberana, tem o direito e a autoridade de delegar responsabilidades de governo. Davi foi constituído rei de Israel, e as Escrituras falam do ‘reino de Davi’ como se fosse o reino dele. Mas, Davi reconheceu que Jeová era o grande Governante Soberano, dizendo: “Tuas, ó Jeová, são a grandeza, e a potência, e a beleza, e a excelência, e a dignidade; pois teu é tudo nos céus e na terra.
Teu é o reino, ó Jeová, que te ergues como cabeça sobre todos.” — 1Cr 29:11.

Desafiada a Soberania de Jeová.
A iniqüidade tem existido por quase todos os anos em que o homem está na terra, segundo a cronologia bíblica. Toda a humanidade tem morrido, e os pecados e as transgressões contra Deus se têm multiplicado. (Ro 5:12, 15, 16) Visto que a Bíblia indica que Deus deu ao homem um começo perfeito, surgiram as perguntas: Como se iniciou o pecado, a imperfeição e a iniqüidade? E por que permitiu o Deus Todo-poderoso essas coisas durante séculos? As respostas estão num desafio lançado contra a soberania de Deus, suscitando uma questão predominante que envolve a humanidade.

O ponto em questão.
O que foi questionado ali? Quem foi vituperado e difamado por este desafio do anjo que mais tarde foi chamado de Satanás, o Diabo, desafio que Adão apoiou com seu ato rebelde? Foi o fato da supremacia de Jeová, a existência da sua soberania? Estava em perigo a soberania de Deus? Não, porque Jeová tem suprema autoridade e poder, e ninguém no céu ou na terra pode tirar-lhe isso. (Ro 9:19) Portanto, o que foi desafiado deve ter sido a justeza, o merecimento e a justiça da soberania de Deus — se a soberania dele era, ou não era, exercida de modo digno, justo e nos melhores interesses dos seus súditos. Um indício disso é a maneira de se falar a Eva: “É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?” A serpente insinuava assim que isso era inacreditável — que Deus era indevidamente restritivo, negando ao casal humano algo a que tinha pleno direito. — Gên 3:1.

O que era a “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”?
Adão e Eva expressaram sua rebelião por tomarem do fruto da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”. O Criador, como Soberano Universal, agia inteiramente no seu direito de estabelecer a lei a respeito da árvore, porque Adão, sendo pessoa criada, não soberano, tinha limitações e precisava reconhecer isso. Para haver universal paz e harmonia, cabia a todas as criaturas racionais reconhecer e apoiar a soberania do Criador. Adão demonstraria seu reconhecimento disso por se refrear de comer do fruto daquela árvore. Como prospectivo pai dos que encheriam a terra, tinha de mostrar-se obediente e leal, mesmo na mínima coisa.
O princípio envolvido era: “Quem é fiel no mínimo, é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito.” (Lu 16:10) Adão tinha a capacidade para tal obediência perfeita. Como é evidente, não havia nada de intrinsecamente ruim no próprio fruto da árvore. (A coisa proibida não eram as relações sexuais, porque Deus mandara o casal ‘encher a terra’. [Gên 1:28] Era o fruto duma árvore mesmo, conforme a Bíblia diz.) O que a árvore representava é bem expresso numa nota ao pé da página sobre Gênesis 2:17 em A Bíblia de Jerusalém (1987):

“Este conhecimento é um privilégio que Deus se reserva e que o homem usurpa pelo pecado (3,5.22). Não se trata, pois, nem da onisciência, que o homem decaído não possui, nem do discernimento moral, que o homem inocente já tinha e que Deus não pode recusar à sua criatura racional. É a faculdade de decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal, e de agir conseqüentemente: reivindicação de autonomia moral pela qual o homem nega seu estado de criatura (cf. Is 5,20).

O  primeiro pecado foi um ataque à soberania de Deus, um pecado de orgulho.”
Os servos de Deus acusados de egoísmo. Uma expressão adicional da questão é encontrada na declaração de Satanás a Deus sobre o seu servo fiel, Jó. Satanás disse: “Acaso é por nada que Jó teme a Deus? Não puseste tu mesmo uma sebe em volta dele, e em volta da sua casa, e em volta de tudo o que ele tem? Abençoaste o trabalho das suas mãos, e o próprio gado dele se tem espalhado pela terra. Mas, ao invés disso, estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem, e vê se não te amaldiçoará na tua própria face.”
Mais uma vez acusou: “Pele por pele, e tudo o que o homem tem dará pela sua alma.” (Jó 1:9-11; 2:4)
Satanás acusou assim Jó de não estar no coração em harmonia com Deus, de servir obedientemente a Deus apenas por motivos egoístas, para ganhar algo. Satanás caluniou assim a Deus com respeito à Sua soberania, e os servos de Deus, quanto à integridade para com esta soberania.
Na realidade, ele disse que não podia ser colocado na terra ninguém que mantivesse sua integridade à soberania de Jeová se ele, Satanás, pudesse pô-lo à prova.

Jeová permitiu que se resolvesse esta questão.
Todavia, não por não ter certeza da justiça da Sua própria soberania. Não precisava provar nada a si mesmo. Foi por amor às suas criaturas inteligentes que ele concedeu tempo para se testar esse assunto. Permitiu que os homens fossem submetidos à prova por Satanás, perante todo o universo.

E deu às suas criaturas o privilégio de provar que o Diabo é mentiroso, e de remover a calúnia não só do nome de Deus, mas também do nome delas mesmas.
Satanás, na sua atitude egotista, ficou ‘entregue a um estado mental reprovado’.

Ao abordar Eva, evidentemente ele contradizia o seu próprio raciocínio. (Ro 1:28) Pois acusava a Deus de exercer de modo desonesto, injusto, a sua soberania e, ao mesmo tempo, ele evidentemente contava com a justeza de Deus: parece ter pensado que Deus se consideraria obrigado a deixá-lo viver, se ele provasse veraz a sua acusação de que as criaturas de Deus eram infiéis.

Resolver a questão é de necessidade vital. Para todos os viventes era realmente vital resolver esta questão que envolvia sua relação com a soberania de Deus. Pois, uma vez resolvida essa questão, nunca mais precisaria ser julgada.
Parece evidente que Jeová desejava que o pleno conhecimento de todas as perguntas relacionadas com esta questão fossem cabalmente divulgadas e entendidas. A ação tomada por Deus cria confiança na sua imutabilidade, enaltece sua soberania e torna esta soberania ainda mais desejável e firmemente estabelecida na mente de todos os que a preferem. — Veja Mal 3:6.

Uma questão de moral.
A questão, portanto, não é de poder, de força bruta; é primariamente uma questão de moral. Todavia, por causa da invisibilidade de Deus e por Satanás ter feito todos os esforços para cegar a mente dos homens, o poder de Jeová, e até mesmo sua existência, às vezes têm sido questionados. (1Jo 5:19; Re 12:9)

Os homens têm confundido o motivo da paciência e benignidade de Deus, e têm-se tornado mais rebeldes. (Ec 8:11; 2Pe 3:9) Por causa disso, servir a Deus com integridade tem exigido fé, junto com sofrimentos. (He 11:6, 35-38)

Não obstante, Jeová tem o propósito de tornar sua soberania conhecida a todos. No Egito, ele disse a Faraó: “De fato, por esta razão te deixei em existência: para mostrar-te meu poder e para que meu nome seja declarado em toda a terra.” (Êx 9:16)

Do mesmo modo, Deus concedeu tempo a este mundo e seu deus, Satanás, o Diabo, para existir e desenvolver sua iniqüidade, e Ele fixou um tempo para a destruição deles. (2Co 4:4; 2Pe 3:7) A oração profética do salmista era: “Para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Sal 83:18)
O próprio Jeová jurou: “Diante de mim se dobrará todo joelho, jurará toda língua, dizendo: ‘Seguramente há plena justiça e força em Jeová.’” — Is 45:23, 24.

A amplitude da questão.
Que amplitude tinha essa questão? Visto que o homem fora induzido ao pecado, e visto que um anjo havia pecado, a questão atingiu e incluiu as criaturas celestiais de Deus, até mesmo o Filho unigênito de Deus, o mais achegado a Jeová Deus. Este Filho, que sempre fazia o que agradava ao seu Pai, estaria muito ansioso de servir para a vindicação do nome e da soberania de Deus. (Jo 8:29; He 1:9)

Deus escolheu-o para esta tarefa, enviando-o à terra, onde nasceu como menino da virgem Maria. (Lu 1:35)

Era perfeito, e manteve esta perfeição e imaculabilidade durante toda a sua vida, mesmo até a morte vergonhosa. (He 7:26) Antes de morrer, ele disse: “Agora há um julgamento deste mundo; agora será lançado fora o governante deste mundo.” Também: “O governante do mundo está chegando. E ele não tem nenhum poder sobre mim.” (Jo 12:31; 14:30)
Satanás não conseguiu quebrantar a integridade de Cristo, e foi julgado como fracassado, prestes a ser lançado fora. Jesus ‘venceu o mundo’. — Jo 16:33.

Jesus Cristo, Vindicador de Deus.
Assim, Jesus Cristo, de modo inteiramente perfeito, provou que o Diabo é mentiroso, resolvendo completamente a questão: Permanecerá algum homem fiel a Deus, não importa que prova ou provação se possa lançar contra ele? Portanto, Jesus foi designado pelo Soberano Deus como Executor dos Seus propósitos, a ser usado para eliminar do universo a iniqüidade, inclusive o Diabo.
Ele exercerá esta autoridade, e então ‘se dobrará todo joelho e toda língua reconhecerá abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai’. — Fil 2:5-11; He 2:14; 1Jo 3:8.

No domínio concedido ao Filho, ele governa em nome de seu Pai, ‘reduzindo a nada’ todo governo, e toda autoridade e poder que se ergue contra a soberania de Jeová. O apóstolo Paulo revela que Jesus Cristo oferece então o maior tributo à soberania de Jeová, pois, “quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos”. — 1Co 15:24-28.

O livro de Apocalispe mostra que, depois do fim do Reinado Milenar de Cristo, no qual ele reduz a nada toda autoridade que tente rivalizar com a soberania de Jeová, o Diabo será solto por um pouco. Este tentará reavivar a questão, mas não se concederá muito tempo para aquilo que já fora resolvido. Satanás e os que o seguirem serão completamente aniquilados. — Apoc. 20:7-10.


A FALSA SOBERANIA DO DIABO.
Satanás significa Opositor; Aquele Que Opõe Resistência.
Em muitos lugares das Escrituras Hebraicas, a palavra sa·tán ocorre sem o artigo definido. Usada assim, ela se aplica, na primeira ocorrência, ao anjo que ficou de pé na estrada para se opor ou resistir a Balaão, quando este partiu com o objetivo de amaldiçoar os israelitas. (Núm 22:22, 32) Em outros casos refere-se a pessoas como opositores de outros homens. (1Sa 29:4; 2Sa 19:21, 22; 1Rs 5:4; 11:14, 23, 25) Mas é usada com o artigo definido ha para se referir a Satanás, o Diabo, principal Adversário de Deus. (Jó 1:6 n; 2:1-7; Za 3:1, 2) Nas Escrituras Gregas, a palavra sa·ta·nás aplica-se a Satanás, o Diabo, em quase todas as ocorrências, e usualmente vem acompanhada pelo artigo definido ho.

Origem.
As Escrituras indicam que a criatura conhecida como Satanás nem sempre teve este nome. Antes, este nome descritivo foi-lhe dado por ele ter adotado um proceder de oposição e resistência a Deus. Não se fornece o nome que ele tinha antes disso. Deus é o único Criador, e “perfeita é a sua atuação”, sem injustiça ou gravame. (De 32:4) Portanto, aquele que se tornou Satanás, quando foi criado era uma criatura perfeita e justa de Deus. É uma pessoa espiritual, pois compareceu na presença de Deus no céu. (Jó caps. 1, 2; Apoc. 12:9)
Jesus Cristo disse a respeito dele: “Esse foi um homicida quando começou, e não permaneceu firme na verdade, porque não há nele verdade.” (Jo 8:44; 1Jo 3:8) Jesus mostra com isso que Satanás outrora estava na verdade, mas a abandonou. A partir do seu primeiro ato premeditado em desviar Adão e Eva de Deus, ele era homicida, porque causou com isso a morte de Adão e Eva, o que, por sua vez, causou a morte dos descendentes deles. (Ro 5:12) Em toda a Escritura, as qualidades e ações que lhe são atribuídas podiam ser atribuídas apenas a uma pessoa, não a um princípio abstrato do mal. É evidente que os judeus, e Jesus e seus discípulos, sabiam que Satanás existia como pessoa.

Assim, de um começo justo e perfeito, esta pessoa espiritual desviou-se para o pecado e a degradação. O processo que resultou nisso é descrito por Tiago, que escreve: “Cada um é provado por ser provocado e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, tendo-se tornado fértil, dá à luz o pecado; o pecado, por sua vez, tendo sido consumado, produz a morte.” (Tg 1:14, 15) No proceder adotado por Satanás parece haver, em alguns sentidos, um paralelo com o do rei de Tiro, conforme descrito em Ezequiel 28:11-19. —

Portanto o relato bíblico torna claro que foi Satanás quem falou por meio de uma serpente, seduzindo Eva a desobedecer à ordem de Deus. Eva, por sua vez, persuadiu Adão a adotar o mesmo proceder rebelde. (Gên 3:1-7; 2Co 11:3) Em conseqüência do uso que Satanás fez da serpente, a Bíblia dá a Satanás o título de “Serpente”, que passou a significar “enganador”; tornou-se também “o Tentador” (Mt 4:3) e mentiroso, “o pai da mentira”. — Jo 8:44; Re 12:9.

Suscitada a Questão da Soberania.
Quando Satanás se dirigiu a Eva (através da fala da serpente), ele na realidade desafiou a legitimidade e justiça da soberania de Jeová. Deu a entender que Deus negava injustamente algo à mulher; declarou também que Deus era mentiroso ao dizer que ela morreria se comesse do fruto proibido. Além disso, Satanás induziu-a a crer que ela ficaria livre e independente de Deus, tornando-se como Deus. Por meio disso, esta iníqua criatura espiritual fez-se superior a Deus aos olhos de Eva, e Satanás tornou-se o deus dela, embora Eva, na ocasião, evidentemente não conhecesse a identidade daquele que a desencaminhava. Com esta ação dele, pôs o homem e a mulher sob a sua liderança e controle, erguendo-se como deus rival em oposição a Jeová. — Gên 3:1-7.

A Bíblia, ao levantar o véu para fornecer um vislumbre de assuntos celestiais, revela que Satanás, mais tarde, como deus rival, compareceu perante Jeová no céu, desafiando Jeová na face, dizendo que podia desviar Dele Jó, Seu servo, e assim, por inferência, todos os servos de Deus. Na realidade, acusou Deus de dar injustamente a Jó tudo, junto com plena proteção, para que ele, Satanás, não pudesse testar Jó e mostrar o que este realmente tinha no coração, o qual era mau, segundo Satanás insinuou. Deu a entender que Jó servia a Deus primariamente por motivos egoístas. Satanás tornou claro este ponto do seu argumento ao dizer: “Pele por pele, e tudo o que o homem tem dará pela sua alma. Ao invés disso, estende agora tua mão, por favor, e toca-lhe até o osso e a carne, e vê se não te amaldiçoará na tua própria face.” — Jó 1:6-12; 2:1-7; veja SOBERANIA.

Neste caso especial, Jeová permitiu que Satanás causasse calamidade a Jó por não interferir quando Satanás fez realizar uma incursão de assaltantes sabeus, bem como a destruição de rebanhos e pastores por aquilo que o mensageiro de Jó chamou de “o próprio fogo de Deus” desde os céus; não se declara se este era relâmpago ou outro fogo. Satanás causou também uma invasão de três bandos de caldeus, bem como um vendaval. Estas coisas causaram a morte de todos os filhos de Jó e destruíram suas propriedades. Por fim, Satanás infligiu ao próprio Jó uma repugnante doença. — Jó 1:13-19; 2:7, 8.
Essas coisas revelam a potência e o poder dessa criatura espiritual, Satanás, bem como sua atitude feroz e assassina.
É importante notar, porém, que Satanás reconheceu sua impotência em face da ordem expressa de Deus, pois ele não questionou o poder e a autoridade de Deus, quando este o restringiu de tirar a vida de Jó. — Jó 2:6.

Contínua Oposição a Deus.
Por desafiar a Deus e acusar os servos de Deus de falta de integridade, Satanás viveu à altura do seu título “Diabo”, que significa “Caluniador”, título que mereceu por ter caluniado a Jeová Deus no jardim do Éden.
Outros demônios iníquos juntaram-se a ele. Antes do Dilúvio dos dias de Noé, parece que outros anjos de Deus abandonaram a sua própria moradia correta nos céus, bem como suas posições designadas ali. Materializaram corpos humanos, passaram a morar na terra, casaram-se com mulheres e produziram descendentes chamados nefilins. (Gên 6:1-4; 1Pe 3:19, 20; 2Pe 2:4; Ju 6; veja FILHO[S] DE DEUS; NEFILINS.)
Estes anjos, tendo abandonado o serviço de Deus, passaram a estar sob o controle de Satanás. Por isso, Satanás é chamado de “o governante dos demônios”. Num caso, quando Jesus expulsou demônios dum homem, os fariseus acusaram-no de fazer isso pelo poder de “Belzebu, o governante dos demônios”. Que eles se referiam a Satanás é mostrado pela resposta de Jesus: “Se Satanás expulsa a
Satanás, ele ficou dividido contra si mesmo.” — Mt 12:22-27.

O apóstolo Paulo associa Satanás com “as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais” e chama estes de “os governantes mundiais desta escuridão”. (Ef 6:11, 12) Satanás, como força governante no domínio invisível logo acima da terra, é “o governante da autoridade do ar”. (Ef 2:2) Revelação (Apocalipse) mostra ser ele quem está “desencaminhando toda a terra habitada”. (Re 12:9) O apóstolo João disse que “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo”. (1Jo 5:19) Portanto, ele é “o governante deste mundo”. (Jo 12:31) É por isso que Tiago escreveu que “a amizade com o mundo é inimizade com Deus”. — Tg 4:4.

Sua Luta Para Destruir a ‘Semente’.
Satanás fez logo cedo esforços para bloquear a promessa do “descendente (lit.: semente)” a vir através de Abraão. (Gên 12:7) Evidentemente, tentou fazer com que Sara fosse contaminada, a fim de que ficasse imprópria para dar à luz a semente; mas Deus a protegeu. (Gên 20:1-18) Fez todo o possível para destruir aqueles que Deus escolhera como semente de Abraão, a nação de Israel, por induzi-los a pecar e trazer outras nações contra eles, conforme mostra toda a história bíblica.

Um ponto alto nas tentativas de Satanás na sua luta contra Deus, e que parecia ter sido coroado de êxito, foi atingido quando o rei da Terceira Potência Mundial da história bíblica, Babilônia, tomou Jerusalém, derrubou o governo do Rei Zedequias, da linhagem de Davi, e destruiu o templo de Jeová, desolando Jerusalém e Judá. — Ez 21:25-27.

Satanás encheu o rei de Babilônia da ambição de ter domínio completo sobre a terra, mesmo sobre o “trono de Jeová” (1Cr 29:23) e sobre as “estrelas de Deus”, os reis da linhagem de Davi sentados no trono no monte Moriá (por extensão, Sião). Este “rei”, quer dizer, a dinastia de Babilônia, ‘enalteceu-se’ no coração, e era aos seus próprios olhos e aos olhos dos seus admiradores como alguém “brilhante”, “filho da alva”. (Em algumas traduções reteve-se o termo da Vulgata latina, “Lúcifer”.

Todavia, este é apenas a tradução da palavra hebraica heh·lél, “brilhante”. Heh·lél não é nome, nem título, mas, antes, um termo descritivo da posição jactanciosa adotada pela dinastia de reis de Babilônia da linhagem de Nabucodonosor.) (Is 14:4-21) Visto que Babilônia era instrumento de Satanás, seu “rei” refletia o desejo ambicioso do próprio Satanás. Novamente, Jeová veio salvar seu povo por restabelecê-lo na sua terra, até que viesse a verdadeira Semente prometida. — Esd 1:1-6.

Esforços para fazer Jesus tropeçar.
Satanás, sem dúvida, identificando Jesus como o Filho de Deus e aquele de quem se profetizou que lhe machucaria a cabeça (Gên 3:15), fez tudo o que podia para destruir Jesus. Mas quando o anjo Gabriel anunciou a Maria a concepção de Jesus, ele lhe disse: “Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido será chamado santo, Filho de Deus.” (Lu 1:35) Jeová protegeu seu Filho. Os esforços de destruir Jesus ainda criança não foram bem sucedidos. (Mt 2:1-15) Deus continuou a proteger Jesus durante a juventude deste. Após o batismo de Jesus,

Satanás se dirigiu a ele, no ermo, com três fortes tentações diferentes, testando-o cabalmente na questão da devoção a Jeová. Em um dos seus apelos, Satanás mostrou a Jesus todos os reinos do mundo, afirmando que eram seus. Jesus não contradisse esta alegação. Não obstante, Jesus negou-se a pensar mesmo por um só instante a tomar qualquer “atalho” para obter um reinado, nem considerou por um momento fazer algo que agradasse apenas a ele mesmo. Sua resposta imediata a Satanás foi: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” Nisto, “o Diabo . . . retirou-se dele até outra ocasião conveniente”. (Mt 4:1-11; Lu 4:13) Isto ilustra a veracidade das palavras de Tiago escritas mais tarde: “Oponde-vos ao Diabo, e ele fugirá de vós.” — Tg 4:7.

Jesus sempre esteve atento ao perigo das maquinações de Satanás e que Satanás queria causar a destruição dele por fazê-lo ter idéias contrárias à vontade de Jeová. Isto foi demonstrado quando Pedro, em certa ocasião, embora com boas intenções, realmente pôs uma tentação no caminho dele. Jesus havia mencionado os sofrimentos e a morte que iria ter. “Em vista disso, Pedro, tomando-o à parte, principiou a censurá-lo, dizendo: ‘Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não terás absolutamente tal destino.’
Mas ele, voltando-lhe as costas, disse a Pedro: ‘Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os de homens.’” — Mt 16:21-23.

Durante todo o seu ministério, Jesus esteve em perigo; Satanás usou agentes humanos para se oporem a Jesus, tentando fazê-lo tropeçar ou matá-lo. Em certa ocasião, o povo estava prestes a tomar Jesus e fazê-lo rei. Mas ele nem pensou em tal coisa; aceitaria o reinado apenas no tempo e do modo de Deus. (Jo 6:15) Em outra ocasião, os da sua própria cidade tentaram matá-lo. (Lu 4:22-30) Ele foi constantemente hostilizado por aqueles que Satanás usou para tentar enlaçá-lo. (Mt 22:15) Mas, Satanás fracassou em todos os seus esforços de fazer Jesus pecar mesmo no mínimo pensamento ou ato.

Satanás foi provado cabalmente ser mentiroso, e fracassou no seu desafio à soberania de Deus e à integridade dos servos de Deus. Conforme Jesus disse pouco antes da sua morte: “Agora há um julgamento deste mundo; agora será lançado fora o governante deste mundo” — totalmente desacreditado. (Jo 12:31) Satanás, por meio do pecado, dominava toda a humanidade. Mas Jesus, sabendo que Satanás em breve lhe causaria a morte, podia dizer, depois de celebrar sua última Páscoa com os seus discípulos: “O governante do mundo está chegando. E ele não tem nenhum poder sobre mim.” — Jo 14:30.
Poucas horas mais tarde, Satanás conseguiu fazer que Jesus fosse morto, primeiro por controlar um dos apóstolos de Jesus, e depois por usar os líderes judeus e a Potência Mundial Romana para executar Jesus de modo doloroso e ignominioso. (Lu 22:3; Jo 13:26, 27; caps. 18, 19) Satanás agiu ali como “aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo”. (He 2:14; Lu 22:53) Mas, neste respeito,

Satanás fracassou em promover sua causa; ele involuntariamente apenas cumpriu profecias, que requeriam que Jesus morresse como sacrifício. A morte de Jesus, sem ele ser culpado de algo, forneceu o preço de resgate para a humanidade, e com a sua morte (e subseqüente ressurreição por Deus) ele pôde então ajudar a humanidade pecaminosa a escapar das garras de Satanás, pois, conforme está escrito, Jesus tornou-se sangue e carne “para que, pela sua morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo, e para que emancipasse todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão”. — He 2:14, 15.

Continua a lutar contra os cristãos.
Após a morte e ressurreição de Jesus, Satanás continuou a travar uma luta árdua contra os seguidores de Cristo. Os relatos no livro de Atos e nas cartas das Escrituras Gregas Cristãs fornecem numerosas provas disso. Paulo disse que ele recebera “um espinho na carne, um anjo de Satanás, para que [o] estivesse esbofeteando”. (2Co 12:7) E, como no caso de Eva, Satanás disfarçava sua verdadeira natureza e objetivo por “transformar-se em anjo de luz”, e ele tem agentes que “também persistem em transformar-se em ministros da justiça”. (2Co 11:14, 15)

Exemplos destes eram os falsos apóstolos que lutaram contra Paulo (2Co 11:13) e aqueles em Éfeso ‘que se diziam judeus, e que não eram, mas eram sinagoga de Satanás’. (Apoc. 2:9)
Satanás nunca pára de lançar “dia e noite” acusações contra os cristãos, questionando a integridade deles, assim como fez com Jó. (Re 12:10; Lu 22:31) Mas os cristãos têm “um ajudador junto ao Pai, Jesus Cristo, um justo”, que comparece perante a pessoa de Deus em seu favor. — 1Jo 2:1.

Seu Lançamento no Abismo e Destruição Final.
Na ocasião em que Satanás induziu Eva e depois Adão a se rebelarem contra Deus, este disse à serpente (na realidade falando a Satanás, visto que o mero animal não entenderia as questões envolvidas): “Pó é o que comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente [literalmente: semente] e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.” (Gên 3:14, 15) Deus fez ali saber que Satanás, expulso da organização santa de Deus, não teria nenhuma esperança sustentadora da vida, mas como que ‘comeria pó’ até morrer.

A ‘semente’ por fim lhe machucaria a cabeça, o que significaria uma ferida mortal. Quando Cristo esteve na terra, os demônios o identificaram como Aquele que os lançaria no “abismo”, que evidentemente era uma condição de restrição chamada no relato paralelo de ‘tormento’. — Mt 8:29; Lu 8:30, 31; veja TORMENTO.
No livro de Apocalipse encontramos uma descrição dos últimos dias de Satanás e o fim dele. Apocalipse relata que, quando Cristo assume o poder do Reino, Satanás é lançado fora do céu para a terra, não mais tendo acesso aos céus, assim como tinha nos dias de Jó e nos séculos que se seguiram. (Apoc. 12:7-12)

Depois desta derrota, Satanás tem apenas um “curto período de tempo”, durante o qual trava guerra com “os remanescentes da sua semente [i.e., da mulher], que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus”. Nos seus esforços de devorar os remanescentes da semente da mulher, ele é chamado de “o dragão”, devorador ou esmagador. (Apoc. 12:16, 17; compare isso com Je 51:34, onde Jeremias fala por Jerusalém e por Judá, dizendo: “Nabucodorosor, rei de Babilônia, . . . tragou-me como cobra grande [ou: “dragão”, n].”) Na descrição anterior da sua luta contra a mulher e de seus esforços de devorar-lhe o filho varão, ele é retratado como “um grande dragão cor de fogo”. — Apoc. 12:3.

O capítulo 20 de Apocalipse descreve Satanás ser amarrado e lançado no abismo por mil anos, pelas mãos de um grande anjo — sem dúvida Jesus Cristo, que tem a chave do abismo e que é a ‘semente’ que havia de machucar a cabeça de Satanás. — Compare isso com Apoc. 1:18; veja ABISMO.

O derradeiro esforço de Satanás culmina numa derrota permanente. A profecia diz que ele há de ser solto “por um pouco”, assim que terminar o Reinado Milenar de Cristo, e que ele liderará pessoas rebeldes num outro ataque contra a soberania de Deus; mas ele (junto com os demônios) é lançado no lago de fogo e enxofre, a destruição eterna. — Apoc. 20:1-3, 7-10; compare isso com Mt 25:41;

Mais tarde, o homem incestuoso em Corinto parece ter-se arrependido do seu proceder errado e ter-se endireitado, o que induziu o apóstolo Paulo a recomendar sua readmissão na congregação. Exortando-a ao perdão, apresentou como um dos motivos “que não sejamos sobrepujados por Satanás, pois não desconhecemos os seus desígnios”. (2Co 2:11) No primeiro caso, Satanás fizera a congregação ficar numa condição ruim pela qual teve de ser repreendida pelo apóstolo, porque havia sido leniente demais, realmente deixando o homem iníquo continuar com a sua prática sem levar em consideração o vitupério que isso causava, estando ‘enfunada’ por permitir isso. (1Co 5:2)

Por outro lado, se fossem agora ao outro extremo e se negassem a perdoar ao arrependido, Satanás os venceria em outro sentido, a saber, de se aproveitar de ficarem duros e implacáveis. Por meio da Palavra de Deus, os cristãos são esclarecidos para se darem conta da existência de Satanás, do poder, intenção e objetivos dele, e da sua maneira de agir, para que possam combater este adversário espiritual com as armas espirituais providas por Deus. — Ef 6:13-17.








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